domingo, 25 de dezembro de 2011

Encantos e Desencantos de uma Paixão- 1ª Parte


Eu respirei fundo e olhei nos olhos de Bayer profundamente, e ele com sequidão e insensibilidade parecia nem se importar com os meus sentimentos, parecia ter a intenção de quebrar meu coração em pedaços. Desviava sempre o olhar de meus olhos e nunca mais dissera "Eu te amo" como antes dizia. Apenas conversava como se eu fosse comum a todos, enquanto eu o olhava como o ser único da minha vida.
- Ah!- disse ele expressando sua raiva.- Quero fugir desse mundo ridículo. Não tem nada nesse lugar que me interesse.
- Não seja egoísta, Bayer, o mundo é assim e você tem aprender a lidar com ele. - estressei-me já com pouca paciência pelo modo com que ele falava comigo.
- Hum, tá bom. -ironizou. - Mas pelo menos quero sair dessa cidade, vou pra bem longe daqui. Não há motivos que me façam ficar aqui. Minha avó já morreu e meus pais já se mudaram. Tenho 19 anos, está na hora de eu tomar uma posição. Você não entende Karen?
Silêncio no ar. A notícia da mudança foi o meu fim. "Não há motivos que me façam ficar!" foi a pior frase já ouvida. Enquanto eu desejava tê-lo por perto, ele desejava sumir. Bayer agia como se nunca tivéssemos nada e não fazia nem três meses que havíamos terminado. Não terminamos literalmente, demos um tempo devido aos problemas que ele enfrentava, mas o que parecia era o contrário. Seus amigos diziam que ele ainda sentia algo forte por mim... Ah, que ilusão de minha parte acreditar nisso!
- Tudo bem. -respondi.- Vá com Deus, então! - disse segurando as lágrimas.
Ele balançou a cabeça dizendo que sim, virou a face para o outro lado da calçada e me deixou olhando para suas costas. Naquele momento eu o amava e o odiava ao mesmo tempo; queria sumir e ficar ao lado dele; estava confusa, meus pensamentos estavam turvos. Até que após alguns minutos ele se levantou, limpou-se e disse: - Bom, é hora de partir.
Levantei-me logo em seguida e não respondi nada.
- Vou pra casa do Pedro vê se ele me ajuda a conseguir melhores condições de passagem aérea. - continuou. - Você não vai dizer nada? Karen?
Disfarçadamente tentei demonstrar desinteresse.
- Dizer o que, Bayer?
Ele deu os ombros e olhou para o chão. Mais um minuto de silêncio apoderou-se de nós.
- Então tá, eu já vou. Amanhã nos falamos. Pretendo mudar-me o mais rápido possível.
- Fica a vontade, a vida é sua!
- A vida é minha??? O que há com você, hein Karen? Decidiu dar uma de ignorante agora?
- Não, Bayer, Não! Você sabe muito bem o que há, ou melhor, deveria saber.
- Não sei não! E também não quero saber, tenho outras coisas com que me preocupar agora. E não estou com cabeça pra desaforos.
Respirei fundo, mas não consegui conter meu descontentamento.
- Faz o que quiser da sua vida. Eu te odeio, Bayer!
Opa! Saiu sem eu ao menos perceber, quando vi já havia feito a besteira. Bayer ficou assustado e arregalou os olhos, não demorou muito para que ele retruca-se:
- Eu também te odeio. Eu NUNCA amei você!!!

Continua...



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